domingo, 10 de julho de 2011

Ana

Ela estava certa de que o veria novamente, embora não soubesse quando.

Durante um bom tempo, guardou palavras bonitas na garganta e, vez ou outra, proferia frases prontas diante de seu papagaio a fim de simular como seria o tão esperado encontro.

Certo dia, ao caminhar pela avenida, notou que Pedro a reconhecera de longe e gritara seu nome. Ela correu para perto dele, disse um "olá" e segurou bem a garganta para que as palavras não fugissem. Em vão. Seu coração saltou pela boca e atropelou cada letrinha guardada ali.

A moça não disse nada. Não havia o que dizer. Pedro riu. Ana saiu envergonhada e com ódio de si mesma. Respirou fundo e foi andando pela calçada, com cara de boba.

Ainda que nervoso, seu coração voltou para o peito (de onde não deveria ter saído) e as palavras não ditas, após escorregarem pela garganta de Ana, foram, uma a uma, caindo em sua alma para umedecer a esperança de um dia encontrar Pedro outra vez.

3 comentários:

mfc disse...

E será que terá uma segunda oportunidade?!

Fodão disse...

"Ana tiene 15. Niña se te vino un problemón..."

Nice música, baixem.

Vitor Bustamante disse...

Meninas que se apaixonam são uma graça! Vira e mexe criam um blog para escrever posts assim...