quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013


Era um continente que se orgulhava em ser o único chão do planeta em meio ao oceano. Seu nome era Pangeia. Ele vivia satisfeito e completo até começar a se fragmentar. Depois de ser despedaçado e se tornar cinco bloquinhos dispersos sobre o globo, passou a formular planos para unir todas as suas partes da melhor forma possível.

Era exatamente por isso que, durante a Idade Moderna, algo dizia à Europa que havia alguma coisa a mais do que água no fim do Oceano Atlântico. Aquele sentimento que atraia as naus e caravelas portuguesas e espanholas para a América era a saudade que a Pangeia tinha do seu outro pedaço. Saudade essa, que nem mesmo as os fatores exógenos e endógenos da Terra, que corroíam as rochas por dentro e por fora, conseguiam destruir.

O tempo foi passando… Deu-se a colonização do “novo mundo”. A América passou a ser parte da Europa. Depois a Ásia e a África também foram integradas. A Oceania se juntou depois. Não digo que foi um processo justo e perfeito, mas foi a forma que a pobre Pangeia encontrou para poder estar completa novamente. Depois das embarcações, surgiram os telégrafos, aviões, telefones, televisões, computadores. E a Pangeia ia encaixando suas peças como num quebra-cabeças.

Hoje, quase não há limites entre a Europa, a América, a Ásia, a África e a Oceania. Com um simples clique, a Itália pode se ligar ao Chile, por exemplo. E ainda que o Paquistão use um véu e o Caribe use biquíni, os dois não vivem sozinhos.

Da mesma forma, eu não vivo sem as tantas pessoas que fazem parte de mim.
Da mesma forma, Carol, mesmo que você escute músicas do Líbano e eu goste de Claudinha Leitte, precisamos estar juntas. Da mesma forma , ainda que você passe anos sem vir me contar as novidades, eu serei sempre uma Pangeia que sente sua falta quando você está longe.

Lívia
11 de fevereiro de 2011

3 comentários:

Aurora disse...

Lindo e verdadeiro.
Passe o tempo que passar, independende da distância, quem um dia foi importante, nunca deixa de ser.
Beijos.

Gaby Lirie disse...

Que bonito Lívia!

Éder disse...

Você escreve muito bem moça, adorei o blog!!

Parabéns!